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A LUZ DA PALAVRA


 

Jesus desafia seus discípulos a fazer como Ele, a serem seus imitadores (JOÃO 13:15).

A edificação de comunidade de fé se expressa na disponibilidade de ir ao encontro de alguém de forma solidária e participativa.

Jesus não desafia os seus discípulos somente a “Ir”, mas também a levar algo novo consigo, isso nos leva a entender que os discípulos de Cristo devem compreender a essência do movimento de “Ir ao encontro de alguém”.

É nessa perspectiva que o IDE e pregai o evangelho se coloca como via com dois sentidos: - de quem vai ao encontro de alguém levando algo novo e o de quem recebe a novidade e é desafiado a viver e compartilhar essa novidade de vida com o mundo.

O ide contar as boas novas é a história do começo da Igreja e da propagação do evangelho através dos séculos.

É a partir do convite de Cristo que nos tornamos comunidade, em outras palavras, é dizer que em Cristo somos convidados a fazer parte do povo de Deus.

Jesus Cristo em seu ministério passou a fazer parte da realidade das pessoas, Ele tratou com pessoas que, na realidade da época, estavam à margem do convívio social.

 Cristo sai ao nosso encontro no caminho de nosso viver diário. Este caminho – nossa realidade – está cheio de poças e de lama; é infestado de ladrões e de opressores. Muitas vezes é um caminho solitário e sumamente aterrador. Por este caminho, multidões de homens e mulheres arrastam suas correntes e gemem de dor.

 Destacamos entre as classes de marginalizados os publicanos, prostitutas, pagãos, enfermos (leprosos, cegos, mudos, surdos, paralíticos, coxos), esmoleiros, servos, mulheres e possessos.

Jesus não hesitava em se aproximar das pessoas, em dirigir-lhes a palavra, em tocá-las, ou ainda sentar a mesa com elas.

 “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinado nas sinagogas deles, pregando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor”

 Jesus nos ensina que não há mal em nos aproximarmos das pessoas independente de suas condições, assim, Jesus quebra os protocolos impostos pela sociedade da época e prioriza a pessoa.

Jesus reconhecia o pecado e fraqueza das pessoas, mas não se afastava dos pecadores. Pelo contrário, ele os procurava e não colocava condições para ter comunhão com eles. [...] Jesus não exigia uma mudança ética antes de comunhão com as pessoas.

 

As pessoas têm a necessidade de aproximação, tanto de se tornarem próximas, quanto de receber aproximação. É nessa ação de avizinhar-se que os relacionamentos são criados. 

 Relacionamento e aproximação são ações que quando feitas de forma comprometida têm como resultado a comunhão, que num sentido mais amplo toma o aspecto de compartilhar.

Quando Cristo diz Vinde a mim (MATEUS 11:28), podemos sentir em suas palavras o profundo senso de compartilhar - compartilhar a esperança, compartilhar a vida, compartilhar os pesos e as cargas da vida.

   Por mais que nos esforcemos, sempre daremos o segundo passo, o primeiro passo sempre será de Deus, "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro." (I JOÃO 4:19)

Ao nos conscientizarmos que o Senhor é o sujeito da ação, e que ele é quem nos trás para perto de si, estaremos respondendo positivamente ao seu amor incondicional.

Rubens Fernando Corrêa Terra

 


DESIGREJADOS, entendimento distorcido.


Desigrejados? Que palavra é essa? O que ela quer expressar?

Desigrejados é uma palavra nova que seguidamente podemos encontrar em alguns sites, artigos e também em alguns livros e revistas de caráter teológico.

Quem a criou eu desconheço, o que observo é que ela aparece sempre em um contexto que relaciona os cristãos que deixaram de estar vinculados a uma instituição comumente chamada de igreja (denominação).

A partir desta constatação, vejo que existe um erro conceitual gravíssimo diante daquilo que a própria palavra desigrejados possa significar.

A priori, quando se fala sobre igreja geralmente a grande maioria das pessoas a entende como um local, isso porque que nascemos e crescemos vendo uma estrutura religiosa e um local físico sendo chamado de igreja.

 

Dessa forma não é de se estranhar ouvirmos expressões como: qual a sua igreja, onde fica a sua igreja, ir à igreja, abrir uma igreja, construir uma igreja, pregar na igreja, está afastado da igreja, dentre tantas outras sempre se referindo a igreja como um local.

A verdade é que com o tempo o termo igreja foi agregando significados e até foi tomando, de forma sutil, o lugar do termo cristianismo.

Dessa forma, a instituição religiosa começou a ser identificada como confissão de fé, seja ela católica ou protestante, dando origem assim ao que chamo cristianismo denominacional.

O Cristianismo denominacional surge quando as instituições religiosas tomaram para si a autoridade dada à Igreja, expressando suas doutrinas, liturgias e práticas religiosas que as diferenciam uma das outras como resultado de conflitos de interpretações teológicas.

Muitos são os usam o argumento em dizer que a igreja é um organismo vivo”, mas na prática vive um cristianismo hierárquico e institucionalizado.

Assim, vejo que primeiramente devemos entender que o problema não é o local, pois inevitavelmente a igreja se reunirá em algum espaço, o problema está em tornar um local (templo, prédio, casa, salão), como sendo “Igreja”.

Creio que a palavra “desigrejados” tenha surgido do fato de se ter atribuído a um espaço físico (principalmente o templo) a designação de igreja.

Esse entendimento distorcido tem taxado como desviados todos aqueles que não frequentam um local chamado de “igreja” e suas reuniões regulares, o que inevitavelmente colocará o limite dos que estão e dos que não estão fazendo parte da igreja cristã.

Essa realidade não expressa o verdadeiro sentido de igreja e muito menos poderá chamar de desigrejados aqueles que estão fora do sistema religioso institucionalizado.

Se recorrermos as Escrituras Sagradas não vamos encontrar fundamentação que nos autorize dizer que para sermos discípulos de Cristo (Cristãos) ou que para fazermos parte de sua Igreja (Corpo de Cristo) devemos fazer parte do rol de membros de uma denominação.

Essa visão tem limitado a salvação em Cristo, vinculando o “estar em Cristo” a estar entre quatro paredes de um templo ou estrutura física.

O fato de alguns estarem fora dos limites das instituições religiosas não quer dizer que estejam longe e afastados de Deus.